Com o objetivo de instrumentalizar mulheres para o seu empoderamento, a iniciativa reuniu, no auditório do anexo do Fórum Ruy Barbosa, cerca de 70 pessoas, em sua maioria mulheres. O evento contou com palestras de expoentes nas áreas de saúde da mulher, presença feminina no mercado de trabalho e violência contra a mulher.
 
 Professora e dirigente da CTB e da APLB, Ivana Leony enfatizou a necessidade de se conscientizar pessoas, desde a mais tenra idade,  para a rejeição ao preconceito de gênero. “Temos de fazer cumprir a resolução do Conselho de Educação que estabelece as diretrizes para que a educação em direitos humanos seja incluída na proposta pedagógica das escolas”, defendeu.
 
Para tratar o tema da violência contra a mulher, Alice Portugal fugiu da clássica abordagem que contempla as estatísticas e remontou  à origem  antropológica da dominação da mulher pata justificar a violência de gênero. A deputada contextualizou o tema a partir da distinção entre os espaços público e privado. 
 
   “A submissão da mulher teve inicio nos primórdios da civilização, quando o homem caçador coletor, aprisionou as fêmeas na cerca da propriedade privada para cuidar dos seus herdeiros. A partir daí, coube à mulher a condição de cuidadora do lar, nos limites do espaço privado, enquanto que os homens passariam a dominar os espaços públicos , onde se operam as decisões que interferrem da fato  na dinâmica da sociedade. A violência não é causa é consequência”, asseverou Alice.
 
Ao reconhecer os avanços conquistados a partir da afirmação feminina, a deputada lamentou, entretanto, que os casos de violência contra a mulher têm aumentado.  Alice frisou que a Lei Maria da Penha é uma das mais avançadas do mundo na proteção  à mulher, mas ainda não foi aplicada integralmente. “Enquanto não construirmos na base da sociedade orçamento para criar mais varas especiais, mais medidas protetivas, para prender o agressor, nós vamos continuar amargando a cada 8 de março esses índices”.
 
A presidenta do Snpojud, Maria José Santos da Silva, a Zezé, esclareceu que mesmo em uma entidade ligada ao Judiciário, como é o caso do Sinpojud, é grande o número de casos de violência contra a mulher. “Também não é fácil para nós que trabalhamos no tribunal. A violência está em toda a parte, nos setores público e privado. É a hora de a mulher dominar esse mundo. O homem já mandou demais’, disse a dirigente sindical.
 
Zezé citou uma pesquisa recente  feita no Judiciário que aponta que, 60% dos cônjuges homens, quando perdem o emprego se acomodam e deixam as mulheres  proverem o lar. A sindicalista encerrou o seminário convidando todos para a inauguração da nova sede do Sinpojud, na sexta-feira (21).
 
De Salvador,
Susana Hamilton
 

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