O encontro aconteceu no sábado (22), em Salvador, e teve como objetivo avaliar a recente participação do partido em espaços institucionais de poder na Bahia. 
 
Ao abrir os trabalhos da manhã, o presidente do PCdoB na Bahia, deputado Daniel Almeida, falou sobre o ineditismo da participação institucional do partido  em gestão. “Queremos fazer a discussão de como os quadros que estão vivendo essa realidade podem fortalecer o nosso partido”, disse, antes de passar a palavra para o presidente nacional do PCdoB.
 
Em sua explanação, Renato Rabelo destacou a posição de destaque que o Brasil ocupa hoje no panorama mundial e o seu protagonismo político  no continente sul americano. Para ele, a manutenção dessa liderança requer um projeto novo, mais à esquerda.
 
  Novo modelo de desenvolvimento
Renato ponderou que o Brasil precisa fazer uma inflexão  no modelo de desenvolvimento atualmente adotado. Na sua opinião, a fórmula que alia altas taxas de juros à supervalorização cambial eleva o custo Brasil e impõe limites ao seu desenvolvimento.
 
“Devemos dar prioridade a investimento e produtividade. O investimento deve sair dos atuais 19% do PIB, para 25%, e a produtividade deve ser crescente, para garantir os ganhos sociais, sustentar o pleno emprego e o aumento de renda do trabalho”, disse, ao pontuar  que o atual Brasil do pleno emprego se diferencia  em “um mundo em crise, assolado pelo desemprego”.
 
Para objetivar o novo modelo de desenvolvimento alicerçado pela ampliação do investimento, Renato destacou as parcerias público-privadas (PPPs). “O Estado sozinho não dá conta de um investimento dessa ordem. O sistema de concessões é um bom exemplo de modelo de investimento. O Estado é fundamental para conduzir isso. Essa é a nossa diferença dos neoliberais.”
 
Reformas urgentes
Renato Rabelo também pontuou  a necessidade de se promoverem reformas “democráticas e estruturais” no Estado brasileiro. O presidente citou a reforma política, a democratização dos meios de comunicação, a reforma urbana, a reforma tributária e a reforma agrária. “Para o projeto de desenvolvimento do PCdoB, essas são reformas fundamentais. Isso é urgente”, frisou Renato. 
 
Ao apontar a fragilidade ideológica da “ampla coalizão” que governa o Brasil, o presidente ressaltou o papel de destaque do PCdoB no governo. “O PCdoB tem sido protagonista, com uma visão de gestão pública moderna, com desenvolvimento para que o povo aufira. Nós temos dado contribuições no esporte, na saúde, na educação, às vezes decisivas, na ciência e tecnologia, na cultura, na Ancine [Agência Nacional do Cinema], na ANP [Agência Nacional do Petróleo], no turismo. Onde os comunistas chegam, nós levamos a sério, aprofundamos e nos tornamos aquelas pessoas que abrem caminhos e descortinam horizontes.’
 
Fio da navalha
A deputada Alice Portugal ressaltou o cárater novo das experiências do PCdoB em espaços institucionalizados de poder e falou sobre as disputas que ali se dão. “Há sempre um cabo de guerra tensionado no interior do governo, sobretudo no Governo Federal. Temos de caminhar sob uma lâmina afiada e, a qualquer passo em falso, nós sangramos. Fortalecer o PCdoB é fundamental nesse mosaico de forças que são os nossos governos.”
 
Também presente na mesa de abertura do evento, o dirigente da CTB, Aurino Pedreira, chamou atenção para a necessidade de organização do partido. “Nós precisamos ser mais táticos, fortalecer nossa articulação por  dentro e por fora do governo, para trazer o projeto mais à esquerda, contemplando o movimento social”, argumentou.
 
Gestão
O seminário teve continuidade na tarde do sábado, quando quadros do partido que estão à frente de secretarias e órgãos de governo avaliaram as suas experiências. A mesa foi composta pelos gestores Ney Campello (titular da Secretaria de Assuntos da Copa do Mundo – Secopa), Nilton Vasconcelos, secretário de Emprego, Trabalho, Renda e Esporte (Setre), Davidson Magalhães e Julieta Palmeira,  respectivamente presidentes da Bahiagás e da Bahiafarma. 
 
De Salvador,
Susana Hamilton
 
 
 
 
 
 

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