Enquanto a deputada estava trabalhando no exterior, aconteceu a votação para cassação do deputado Natan Donadon. “Eu quero registrar a sua missão internacional, autorizada por essa casa muitos dias antes de quando marcamos a votação para apreciar o processo de cassação. A senhora está coberta de razão”, reiterou Alves. A parlamentar, que em 2012 foi apontada entre os mais assíduos da Câmara, teve seu nome noticiado de forma negativa por ter faltado à sessão que livrou da cassação o deputado presidiário. “Essa semana, fui vítima de uma desinformação, senhor presidente, da própria Câmara dos Deputados. V. Exa. me chancelou a representação do parlamento brasileiro no Seminário Internacional da China, a convite do Partido Comunista Chinês, sob as expensas do governo chinês, e tenho a chancela da Câmara dos Deputados escrita e publicada, mas a imprensa não publicou que o deputado condenado obteve 131 votos contra a cassação e 42 abstenções. Se conteve a indicar quem não estava . E eu não estava porque estava trabalhando em missão internacional chancelada pela Câmara dos deputados sem ônus para esta Casa”, frisou no plenário.
Espelho distorcido
Ao ressaltar o caráter “histórico” da votação da PEC que determina voto aberto em todas as votações do Congresso Nacional, a parlamentar considerou que a medida vai esclarecer a sociedade brasileira sobre quem, de fato, os parlamentares estão representando no Parlamento. “Essa será uma noite histórica na Câmara dos Deputados, essa sim, será histórica, pois nós vamos tratar de desvendar, de revelar a posição que representam todos aqueles que aqui têm um mandato e são um espelho plano da sociedade brasileira, espelho esse que muitas vezes não reflete a imagem de maneira absolutamente fiel , porque é destorcida pelo poder econômico, é distorcida por pressões midiáticas. Mas o voto aberto será a correção da imagem desse espelho, será a garantia que a sociedade terá, de fato, através dos partidos políticos que representam – como o nome diz, parte opinativa da sociedade – de como vota cada um de seus representantes”, enfatizou.
Transparência
Alice anunciou que, ainda nesta quarta-feira (4) encaminhará projeto de resolução (PR) para que o painel eletrônico da Câmara informe o motivo de ausência dos parlamentares que não compareceram à sessão. “Para que não sejamos colocados na vala comum enquanto estamos trabalhando. Sou uma deputada séria e defendo o voto aberto. O meu partido encaminhou voto pela cassação através da deputada Manuela D´Ávila [líder do PCdoB na Câmara]”, reiterou.
De Salvador
Susana Hamilton