Na foto (primeiro plano), o reitor da UnB José Geraldo de Souza Júnior, e o filho do educador, Carlos TeixeiraA Comissão Nacional da Verdade e a Comissão (CNV) e Memória e Verdade Anísio Teixeira da Universidade de Brasília (UnB) realizaram na manhã desta terça-feira, (6/11), no auditório do Memorial Darcy Ribeiro, às 10h, uma audiência pública temática sobre o caso do reitor Anísio Teixeira, que morreu em circunstâncias suspeitas no Rio de Janeiro, em 1971, durante o regime militar. 

No evento, a família de Anísio Teixeira entregou às duas comissões e apresentou ao público um dossiê inédito sobre as circunstâncias da morte do educador e as perseguições que ele sofreu no regime militar. A entrega e apresentação foram feitas pelo filho do educador Carlos Teixeira, que assina o documento. O material contém elementos colhidos pelos familiares ao longo de anos de investigações. Estavam presente também o biógrafo de Anísio, professor João Augusto da Rocha, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), o ex-deputado Haroldo Lima, sobrinho do educador. Durante a audiência, Anísio também foi lembrado por fotos e pela exibição do documentário "Anísio Teixeira: educação não é privilégio”.

Na ocasião, as duas comissões assinaram termo de cooperação para que possam trabalhar conjuntamente. A Comissão Nacional da Verdade tem firmado parcerias com outras comissões da verdade, sejam estaduais ou institucionais, como comissões abertas por universidades e organizações classistas, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), por exemplo.

 Com o evento, ambas as comissões pretendem sensibilizar o público universitário para a busca pela verdade sobre o regime militar, que tanto prejudicou a educação brasileira. Vários dos mortos e desaparecidos durante a ditadura eram estudantes universitários. A Comissão Nacional da Verdade estima em 300 o número de alunos de universidades que sumiram durante o período. Além disso, professores, pesquisadores e funcionários das universidades públicas brasileiras foram monitorados e perseguidos por terem posições diferentes das do regime e a Comissão Nacional da Verdade pediu informações aos reitores de 81 universidades sobre esses casos.

Pela Comissão Nacional da Verdade, estiveram presentes o coordenador, Cláudio Fonteles, graduado em direito pela UnB em 1969, e o professor Paulo Sérgio Pinheiro. O reitor da UnB José Geraldo de Souza Júnior foi o anfitrião da audiência. Todos os 11 membros da Comissão da Verdade Anísio Teixeira, da UnB, estavam presentes.

Possível assassinato de Anísio Teixeira será tema de audiência pública na Câmara

A deputada Alice Portugal requereu à Comissão de Educação e Cultura, em 22/08, audiência pública para discutir as denúncias feitas pela Comissão de Memória e Verdade da Universidade de Brasília (UnB) sobre o suposto assassinato de Anísio Teixeira por agentes da ditadura militar.

Titular de duas comissões que tratam da qualidade da educação pública no país (PL803510 e PL742006), Alice Portugal considera da maior relevância a elucidação das circunstâncias da morte daquele que defendia o ensino público, gratuito, laico e obrigatório.  “Considerando-se a importância do educador Anísio Teixeira para a educação brasileira, é da maior relevância que a Comissão de Educação e Cultura  promova uma sessão de audiência pública em parceria com a Comissão de Direitos Humanos e Minorias para discutir as novas evidências relacionadas com o possível assassinato do educador baiano”, afirmou.

A   deputada requereu  que participassem da audiência o filho de Anísio Teixeira, Carlos Antônio Teixeira; o professor João Augusto de Lima Rocha; a ministra da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, Maria do Rosário Nunes,  e o reitor da UnB,  professor José Geraldo de Sousa Junior.

Fotos: Wilson Dias/ABr

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