
O coordenador da mesa de abertura e ainda presidente do PCdoB em Salvador, Geraldo Galindo, ressaltou o esforço do partido para se preparar para o Congresso Nacional, que acontecerá nos dias 5 e 6 de outubro. Segundo Galindo, foram 38 reuniões para discussão com as bases, com mais de 5 mil filiados e cerca de 400 delegados. “Reunimos as forças vivas dos movimentos sociais em Salvador para fazer uma conferência vitoriosa”, comemorou o comunista, que dirigiu o PCdoB em Salvador por mais de uma década.
Durante os dois dias de atividade, os participantes abordaram temas como imperialismo americano; manifestações de junho; avanços sociais da última década de governo progressista no Brasil; construção do socialismo no País; manobras da ”imprensa golpista”; estratagemas da direita conservadora para recuperar o poder; reeleição de Dilma e o lugar do PCdoB no governo.

O presidente do Comitê Estadual do PCdoB, deputado federal Daniel Almeida, afirmou que acredita na luta da humanidade para superar o sistema econômico atual, que é sinônimo de crise política, econômica, ambiental, social e moral. “Esse sistema não pode prevalecer. Queremos uma sociedade transformada, com homens e mulheres livres. Precisamos compreender e nos apropriar dessas mudanças”, conclamou.
Esquerda versus direita
O presidente do PSB em Salvador, Waldemar Oliveira, ressaltou que é preciso combater a falsa ideia difundida pela imprensa de que não existe mais esquerda e direita, pois todos seriam igualmente corruptos. “Isso não é verdade; há uma clara divisão e nós somos de esquerda, e não podemos esquecer isso, pois muitos deram a vida para estarmos aqui hoje”.
Antônio Rodrigues, do PDT local, relembrou as manifestações iniciadas em junho em todo o país e afirmou que, diante desta realidade, o Brasil não será mais o mesmo. “As manifestações têm dois viés: um de libertação e outro reacionário. Nós temos de lutar por uma sociedade mais participativa, onde os cidadãos possam também fazer as leis”.

O deputado Álvaro Gomes citou as manifestações de junho e lembrou que o PCdoB sempre esteve nas ruas. “O gigante nunca dormiu, o gigante vermelho PCdoB há 90 anos está acordado. Que venham milhões de pessoas às ruas para levar esse governo mais à esquerda e fazer desse um país socialista”, clamou.
Para André Tokarski, presidente da UJS Nacional, não pode haver democracia no Brasil enquanto apenas seis famílias controlarem as comunicações no País. Tokarski conclamou a união dos povos latino americanos e destacou que a conferência marca “um momento importante de vida do partido”. Para ele, “é preciso dar uma nova arrancada, rumo a um novo projeto nacional de desenvolvimento para a melhoria de qualidade de vida do nosso povo”.
A vereadora de Salvador, Aladilce Souza, citou o embate diário na Câmara Municipal contra a Prefeitura de Salvador. “Nós nos organizamos em cada canto da cidade e vamos buscar nas orientações do partido a energia para combater esse governo carlista, que se na aparência é novo, continua velho nas ideias”.

O Superintendente de Acompanhamento e Avaliação da Rede Própria da Saeb, Alfredo Boa Sorte, lembrou que a conferência representa o projeto de reunir os trabalhadores, como no Manifesto Comunista publicado em 1848. Para ele, só a partir da organização, os trabalhadores poderão “combater o imperialismo, que todos os dias mostra suas garras”.
A secretária de comunicação do Comitê Estadual, Julieta Palmeira, chamou a atenção para a necessidade de se formar um fórum de esquerda no Brasil, que reúna a sociedade, a fim de se formar um pacto produtivo entre governo e indústria. Julieta reforçou o alinhamento do PCdoB com o projeto progressista em curso no Brasil, que “tem trazido maior qualidade de vida para o nosso povo”.
Hegemonia
Everaldo Augusto, vereador de Salvador, salientou o fortalecimento do PCdoB para a disputa das eleições de 2014. “Temos condições de atuar ainda mais nos cenários estadual e municipal, acumulando forças para 2014 e 2016”. Para ele, “partido que não disputa o poder é ONG”.
Ao concordar com o vereador, o secretário estadual da Copa, Ney Campello, frisou a competência dos comunistas. “Vamos disputar a hegemonia do poder e vamos mostrar que sabemos fazer e sabemos fazer melhor”.
Olívia Santana, chefe de gabinete da Setre, reforçou o papel do PCdoB na afirmação da vontade popular. “Se fazemos parte do parlamento, ainda que minoria, temos que modificá-lo e fazer valer a voz do povo”. Olívia ressaltou que ser comunista não é somente ser filiado, mas também atuar incansavelmente na militância. “E um militante não pode se deixar contaminar pelas ideias de direita apresentadas pela mídia”, advertiu.
Ao fim do ato, desfez-se a mesa e os congressistas foram orientados sobre os procedimentos do dia seguinte para se proceder à votação.
De Salvador,
Susana Hamilton