Comissão organizadora comemora abertura do eventoCom o título “Políticas de Educação em Saúde: tecnologias educacionais na formação do profissional farmacêutico”, nesta XXXII edição, a tradicional semana organizada pelos estudantes estende-se até a próxima sexta-feira (8), com o objetivo de promover uma maior multidisciplinaridade nas áreas de conhecimentos científicos. 
 
Alice dividiu a mesa de abertura do evento com representantes dos farmacêuticos, docentes e pesquisadores. Compuseram a mesa o presidente do Conselho Regional de Farmácia (CRF), José Altamiro, as docentes Márcia Aquino e Tânia Barros, coordenadoras dos colegiados diurno e noturno, respectivamente, e a pesquisadora da Fio Cruz, Marilda Gonçalves. 
 
A deputada parabenizou a comissão organizadora do evento e falou sobre o bom trabalho que Altamiro desenvolveu no CRF, que elegerá nova diretoria esta semana. “Altamiro se notabilizou, na Bahia, como o melhor presidente do Conselho de Farmácia de todos os tempos”, disse a deputada.
 
Única deputada farmacêutica do Congresso Nacional, Alice falou sobre algumas lutas travadas pela categoria no parlamento e destacou a importância da abordagem multidisciplinar para a área de saúde. “O Ato Médico foi uma batalha de grande porte, mas serviu para que nós e as demais profissões de saúde nos colocássemos num processo afirmativo. O mundo hoje não é um mundo que tenha um único núcleo. É o mundo da interdisciplinaridade, da multidisciplinaridade.  Essa foi a grande lição da luta do Ato Medico”.
 
Balanço
Ao fazer um balanço das vitórias e dificuldades da área de Farmácia no  parlamento, a ex-presidente do Diretório de Farmácia  considerou que muito já foi feito, mas que ainda há muito o que fazer. “Nós temos algumas pequenas pendências, mas temos também frutos que estamos colhendo desse processo. A afirmação da assistência farmacêutica como um  fator especial. A batalha pela aprovação do projeto de Ivan Valente, que já se vão mais de 10 anos. Quando eu cheguei na Câmara, o projeto já estava. Eu não tive a honra de ser a autora. Mas eu apoio o projeto, que transforma a farmácia em uma instituição, um espaço de saúde: a farmácia como estabelecimento de saúde e não um estabelecimento comercial que vende remédio”.
 
Alice discorreu sobre alguns projetos de interesse da categoria, atualizando os participantes acerca da situação das proposições. “Temos a discussão do piso salarial, da jornada de trabalho, que fortalece, do ponto de vista trabalhista o profissional farmacêutico”.  A deputada alertou os presentes para um  projeto em tramitação que atenta contra o farmacêutico. “Existe no projeto de Ivan Valente uma proposição  apensada que diz que o farmacêutico não precisa estar na farmácia. Nós vivemos sob ameaça permanente de esse projeto ser votado e o plenário aprovar”, disse, ao destacar  o poder econômico que prevalece no Congresso. “Mais de 300 deputados são fruto do interesse empresarial”.
 
Para reforçar a sua fala, Alice citou uma manobra recente que atacava frontalmente  a farmácia magistral. “Recentemente, nós tomamos um susto enorme. O setor magistral, que emprega mais de 5 mil farmacêuticos, quase é desconstruído de uma penada. Inseriram uma Medida Provisória, na calada da noite, sobre a afirmação do técnico na farmácia e  a possibilidade de a farmácia comum, de dispensação, receber receituário magistral. Deus é quem sabe onde seriam manipulados os medicamentos. Eu já peguei o processo votado na  Câmara e pedi uma questão de ordem e fui à presidenta Dilma , para ela vetar. E ela vetou. Continua valendo  a mesma lei anterior”.
 
Ao lado de Altamiro José, Alice rememorou as lutas travadas contra a ditadura na Faculdade de FarmáciaAto Farmacêutico
Após o balanço da situação em curso no parlamento, a deputada prospectou algumas batalhas a se travarem para a afirmação do farmacêutico. “Para o futuro, nós temos de pensar no Ato Farmacêutico, aí sim, para valorizar todas as especialidades, que estão sofrendo muito. Nós ganhamos as análises clínicas com nosso saber. Isso porque a ditadura, na década de 60, transformou a farmácia de dispensação em um almoxarifado aberto às marcas internacionais. Então, nós começamos a abranger do laboratório de análises clínicas, patológico, toxicológico.Tudo isso hoje é especialidade farmacêutica. Além da indústria e da dispensação, agora com assistência. Isso tudo é saber farmacêutico e nós precisamos consolidar em lei e não apenas por decisão do honorável Conselho de Farmácia”.
 
Após a abertura, a deputada visitou as instalações da Faculdade de Farmácia,  para a qual, há quatro anos, destina emendas parlamentares para aquisição de equipamentos e modernização dos laboratórios. Alice também esteve no Diretório Acadêmico Ferreira Gomes, onde rememorou as lutas  que arquitetou  contra a ditadura  militar quando foi  líder estudantil. 
 
De Salvador,
Susana Hamilton
 

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