
“Estamos com uma luta muito grande para regulamentar a jornada de trabalho de 40 horas semanais para os trabalhadores regidos pela CLT. Hoje, todos trabalham 44 horas semanais. Isso é uma exorbitância. A luta de todas as centrais sindicais é para a redução da jornada sem perdas salariais. Num lobby articulado pelo agronegócio, por empresários fortes e pelos caminhoneiros autônomos, essa aprovação foi forçada na Câmara dos Deputados. Os trabalhadores terão duas horas a mais nas suas jornadas de trabalho e isso levará a um perigo constante para os próprios condutores e para a sociedade brasileira”, afirmou a deputada Alice Portugal.
A deputada ressaltou ainda que dados da Polícia Rodoviária Federal apontam redução no número de acidentes nas estradas depois que passou a valer a lei que exige a parada obrigatória do caminhoneiro para almoço e descanso. “É como se nós jogássemos água em uma lei que se diluirá para prejuízo da categoria e do povo brasileiro. Por isso, eu e a bancada do PCdoB votamos contra este projeto e temos a decisão de não votar em nada que signifique perda de direitos. Para mim, isso é motivo de júbilo, porque o meu mandato nasceu das lutas sociais e populares e veio para consagrar e não para tirar direitos. É importante que os caminhoneiros estejam alertas acerca do que acontecerá com sua jornada de trabalho e com suas próprias vidas”, enfatizou a deputada Alice.
O PCdoB tentou retirar do projeto a permissão de jornada de 12 horas diárias, mas foi derrotado pela maioria (267 a favor, 72 contra). A matéria será votada ainda pelo Senado.
De Brasília,
Maiana Neves