"Mulher, tome partido. Filie-se". Esse é o lema da campanha que foi lançada, na tarde desta quarta-feira (11), pela Coordenadoria de Direitos da Mulher e pelas procuradorias da Mulher da Câmara e do Senado. O objetivo é aumentar em 20% o número de mulheres filiadas a partidos políticos até o dia 4 de outubro, prazo final de filiação para quem deseja concorrer a um cargo político nas eleições gerais de 2014.

A deputada federal Alice Portugal (PCdoB), que participou do ato de lançamento da campanha, afirmou que  “as mulheres precisam assumir o papel de protagonismo político no Brasil”, pois, “somos a maioria dos brasileiros, somos a maioria do eleitorado, somo s a maioria no mercado de trabalho e com títulos acadêmicos de nível superior”.

A deputada lembou que "nós mulheres precisamos avançar mais, seja no empoderamento dos espaços instituicionais, como também nos avanços da legislação", citando projetos que tiveram sua participação e que já se tornaram lei como a Lei das Cotas Partidárias (que reserva o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo), a Lei 12.034/09 que reserva e obriga que 5% do fundo partidário devem ser usados pelos partidos para financiar o aumento da participação da mulher na política. Além de outras tantas conquistas das mulheres como a Lei Maria da Penha.

Alice também destacou a pluralidade de partidos no Brasil, que possibilita às mulheres a participação em partidos que comunguem de opiniões e tenham programas partidários que sensibilizem as cidadãs.

Vera Soares, representado a secretaria de Políticas da Mulher da Presidência da República, disse que “nós mulheres estamos presentes massivamente em todos os segmentos”, restando apenas “uma maior participação na vida política”. Soares completou que é importante a participação nas “instituições políticas: partidos e parlamento que são espaços coletivos de transformação do Brasil”.

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que também participou da atividade afirmou que se faz necessário à constituição nos espaços políticos de um “espelho que reflita a realidade da sociedade que tem a maioria feminina”, destacando que após esse período de mobilização para filiações a campanha contínua com “a conscientização para que as mulheres assumam o compromisso definitivo com a política”.

Os organizadores da campanha também esperam ampliar em 30% a representação da bancada feminina na Câmara e no Senado no próximo ano. A campanha conta, também, com o apoio da ONU Mulheres.

Fases da campanha – A primeira fase da campanha terá inserções publicitárias em rádio e televisão de abrangência nacional. Depois do prazo de filiação, a campanha continua por meio de ações direcionadas a dirigentes partidários para que as mulheres filiadas realmente registrem candidatura. A segunda fase da campanha segue até 30 de junho do ano que vem.

De acordo com o último censo do IBGE, 51,5% da população brasileira são mulheres, ou seja, mais de 97 milhões de brasileiras. Mas, nas eleições de 2010, apenas 45 mulheres foram eleitas deputadas federais, representando 8,77% das cadeiras da Casa. No Senado, foram eleitas sete mulheres das 54 vagas preenchidas naquele ano, o que representou 12,99% do total.

Pesquisa – Pesquisa de opinião pública realizada pelo Ibope e pelo Instituto Patrícia Galvão em abril deste ano, em todo o País, com 2002 entrevistados com mais de 16 anos de idade, revelou que oito em cada dez brasileiros consideram que deveria ser obrigatória a participação paritária de mulheres e homens nas casas legislativas municipais, estaduais e federais.

Entretanto, de acordo com o demógrafo José Eustáquio Diniz Alves, do IBGE, se o avanço da participação feminina continuar no ritmo atual, a paridade entre os sexos nos espaços municipais demorará ainda 150 anos para ser alcançada.

Com informações da Agência Câmara

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