
Autora da lei sancionada em 5 de junho pela presidenta Dilma Rousseff, Alice Portugal falou da dificuldade em aprová-la no Senado enquanto o senador José Sarney esteve na presidência do Congresso Nacional. “Ele discordava, pois dizia que Lord Cochrane saiu de Salvador e foi pilhar São Luís”, disse, referindo-se ao lorde escocês Thomas Cochrane, contratado por D. Pedro I em 1822 para comandar a frota brasileira no combate às tropas portuguesas que resistiam à independência na Bahia e no Maranhão.
A deputada considerou que a inserção da data histórica nos livros de História do Brasil – a partir da promulgação da lei – contribuirá para “tirar da oralidade e traduzir em memória histórica, escrita e consignada os feitos da nossa, gente, do nosso povo, que são os preâmbulos da cidadania do Brasil enquanto nação”.

Para a parlamentar, a Lei 12.819 também vai dar maior legitimidade e visibilidade ao debate em torno da restituição do nome 2 de Julho ao aeroporto internacional de Salvador. Após a morte do deputado Luiz Eduardo Magalhães, em 1988, o terminal aeroviário soteropolitano foi rebatizado com o nome do político. A volta do antigo nome ao aeroporto da capital baiana tramita na Câmara dos Deputados como objeto do PL 6106/2002, de autoria do deputado Luiz Alberto (PT-BA).
Além disso, Alice acredita que a lei vai valorizar outros símbolos baianos, a exemplo da Biblioteca Publica do Estado da Bahia, popularmente conhecida como Biblioteca Central dos Barris. A deputada informou que requereu à ministra da Cultura, Marta Suplicy, a mudança de status do equipamento público para Biblioteca Nacional. “A biblioteca do Rio [de Janeiro] é nacional, a de Brasília é nacional, por que a de Salvador, que é a mais antiga e uma das maiores do País, não é biblioteca nacional? ” questionou.
De Salvador,
Susana Hamilton