Em um protesto irreverente, os manifestantes compararam a EBSERH a um abacaxiParalisação com ato convocado pela Assufba-Sindicato mobilizou servidores, professores e estudantes contra  a entrega da administração dos hospitais universitários à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).  O protesto aconteceu nesta quinta-feira (4) no saguão da reitoria da UFBA. 
 
A unidade da comunidade universitária na luta pelos hospitais de ensino conseguiu adiar a reunião  do Conselho Universitário – prevista para as 14h do mesmo dia  –  para o  próximo dia 18.
 
Para a deputada federal Alice Portugal, servidora licenciada do Hospital das Clínicas (Hupes), o modelo proposto pela Ebserh  “é uma forma exótica de privatização dos hospitais universitários”. A deputada afirma que a privatização quebrará o binômio docente-assistencial e vai impedir pessoas de terem acesso a tratamentos só oferecidos pelos hospitais universitários .  “Os hospitais universitários brasileiros sempre foram o maior celeiro de profissionais da saúde no país. A visão da Ebserh defende a mão de obra rotativa e destruirá a relação da pesquisa, do ensino e da extensão. Por isso, eu votei contra. Temos que nos rebelar contra essa adesão sem debate”, conclamou Alice.
 
Os manifestantes denunciaram o que consideram uma manobra para aprovar  a privatização sem o necessário debate. “Com muita luta, conseguimos uma agenda para ampliar o debate sobre a Ebserh. Agora essa surpresa, uma reunião marcada com apenas 24h de antecedência, que demonstra falta de sensibilidade da gestão com uma matéria tão importante. Manter a votação sem a devida discussão é entregar nossos hospitais para a iniciativa privada”, indignou-se  o coordenador jurídico da Assufba, Paulo Vaz.
 
De acordo com a coordenadora geral da Assufba, Nadja Rabello, existem questionamentos que não foram respondidos a respeito da empresa. “Quem pagará o passivo trabalhista de quase 10 mi terceirizados fundacionais? Queremos continuar o debate porque entendemos que a solução para o problema dos HUs é a realização imediata de concurso público. Não podemos permitir que o futuro dos nossos hospitais universitários seja decidido sem a devida discussão”.
 
Coordenador licenciado  da Assufba e candidato a vereador pelo PCdoB, Renato Jorge fez apelo aos manifestantes para que não desistissem da luta contra o que ele considera um "golpe contra a saúde pública."
 
Rejeição
 
Alvo de moções de repúdio de diferentes entidades em todo o país, a Ebserh recebe o apoio da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab). Nas reuniões de Congregações da UFBA, o modelo foi rejeitado pelo Instituto de Biologia (IBio), Psicologia (IPsi), Ciência da Informação (ICI), pelas escolas de Nutrição (ENUFBA), Enfermagem (EEUFBA), Belas Artes (EBA), Faculdade de Educação (FACED). No entanto, as faculdades de Medicina (FAMEB) e Odontologia (FOUFBA) foram favoráveis à Ebserh. O Instituto de Matemática (IM/UFBA) e a Faculdade de Arquitetura (FAU/UFBA) se abstiveram.
 
De Salvador,
Susana Hamilton
Com informações da ASCOM ASSUFBA Sindicato
 

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